23/03/2010

Joaquim Roriz - Caso Escândalo do BRB

Após denúncias oriundas de grampos telefônicos, que pesam contra si com relação a recursos do Banco de Brasília (BRB), e pressões de setores políticos, Roriz renunciou ao cargo de senador no dia 4 de julho de 2007,ao que parece foi o mandato mais rápido da história do Brasil, deixando um impasse sobre quem seria o próximo a ocupar sua vaga, já que seu primeiro suplente, Gim Argello possui inúmeras acusações, além do TSE agendar para agosto o julgamento sobre crime eleitoral, que poderá cassar a chapa inteira (Roriz e os dois suplentes). No dia 17 de julho, Gim Argello assume, e no mesmo dia é protocolado um documento contra si no Senado Federal.

Roriz é responsável por muitas obras na capital, pela fundação de muitas das cidades-satélites. É tido por seus aliados como um grande "tocador de obras", como a Ponte JK, vários viadutos e o Metrô de Brasília o qual, em pouco mais de dez anos, consumiu bilhões de reais em recursos e já possui linhas mais extensas que o do Rio de Janeiro, apesar de não estar concluído ainda. Seus adversários e a classe média brasiliense o acusam de ter depauperado e favelizado o Distrito Federal, com a distribuição em massa de lotes semi-urbanizados em cidades satélites, incentivando a forte migração de pessoas de baixa renda, aumentando em mais de um milhão de habitantes a população do Distrito Federal.

A Operação Aquarela acabou levando para cadeia o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin de Moura, que presidiu a organização durante os 08 anos de governo de Roriz no Distrito Federal. Durante a sua prisão, a polícia encontrou relógios caros, dinheiro vivo e uma carta do lobista Maurício Sampaio Cavalcanti sobre cobrança de dívidas ao governador Roriz. Maurício era diretor da agência de propaganda do BRB, Jimenez & Associados.

No dia 24 de maio de 2009 num encontro regional do PMDB, houve um bate boca com seu antigo aliado o deputado federal Tadeu Filippelli, Roriz chamou Fillipelli de de "vagabundo" e "mentiroso". A confusão aconteceu quando Filippelli resolveu discutir sobre a vida política de Jaqueline Roriz deputada distrital e filha do (ex-governador) filiada ao PSDB ao dizer que ela seria aliada do governador Arruda do DEM.

Saída do PMDB
No dia 16 de setembro de 2009, Roriz anuncia sua saida do PMDB e que será canditato ao governo do Distrito Federal. No dia 30 de setembro de 2009, se filiou ao PSC.

Operação Caixa de Pandora
Joaquim Roriz teve seu nome envolvido no Escândalo do Mensalão no Distrito Federal, deflagrado a partir da Operação Caixa de Pandora, em 27 de novembro de 2009. O noticiário político sustenta a versão de que Durval Barbosa, autor das gravações que incriminariam José Roberto Arruda e seu grupo político, fez as denúncias para beneficiar Roriz, com vistas à eleição para governador do Distrito Federal em 2010.

Segundo reportagem do Correio Braziliense de 3 de dezembro de 2009, "uma série de eventos ocorridos nos últimos dois meses criaram a convicção no grupo de José Roberto Arruda de que o ex-governador Joaquim Roriz sabia da investigação da Polícia Federal (PF) que culminou com a Operação Caixa de Pandora". De acordo com a reportagem, "aliados de Roriz vinham criando um clima no meio político de que em breve denúncias graves relacionadas ao governo atual viriam à tona. Também se falava bastante nos bastidores que as fitas gravadas por Durval Barbosa estavam circulando e sendo exibidas a diversas pessoas em salas fechadas".

A mesma matéria informa: "Há dois meses, o ex-governador deu uma entrevista na qual apontou que Arruda não seria candidato à reeleição. Ele chegou a declarar que sabia o motivo, mas não poderia revelar. Pessoas próximas do ex-governador relatam que seus aliados mais próximos ofereceriam uma sessão das fitas comprometedoras com bastante desenvoltura. E garantiam que em breve o material viria a público. O próprio Roriz afirmou que em breve mudaria a história política da cidade".

Ainda segundo o Correio Braziliense, "um dia antes da ação da Polícia Federal, Roriz disse a um grupo de interlocutores, num jantar na casa do Pastor Ricardo Espíndola, que a política do Distrito Federal sofreria em breve um forte abalo e um revés. Ele não deu detalhes, mas estava confiante sobre as chances reais de ver seu adversário político abatido por acusações graves que seriam apresentadas publicamente."

Deputada diz que dinheiro de gravação era de Roriz
De acordo com reportagem do Agência Estado publicada no Portal G1 de Notícias da Globo, a deputada distrital Eurides Brito (PMDB, 01/03/2010), flagrada na Operação Caixa de Pandora, afirmou que o dinheiro que botou em sua bolsa em um dos vídeos da operação pertencia ao Ex-Governador do Distrito Federal Joaquim Roriz.

A matéria informa: "Mais de três meses depois de estourar as denúncias da Operação Caixa de Pandora, a deputada distrital Eurides Brito (PMDB) tentou explicar em sua página pessoal a cena em que aparece colocando maços de dinheiro em uma bolsa. Segundo Eurides Brito, a origem do dinheiro era o ex-governador Joaquim Roriz (hoje no PSC), que, na época, preparava campanha para o Senado pelo PMDB. A assessoria de Roriz nega - diz que a versão é "fantasiosa" e "farsante".

Na página, Eurides Brito afirma ter feito 12 reuniões com lideranças entre maio e junho de 2006. "Seria difícil reunir 200 ou 300 lideranças (...) se não fosse como reunião de confraternização, tipo café-da-manhã, almoço ou galinhada no jantar com grupo musical para animar", explica ela. A deputada alega ter endereços e nomes dos líderes que organizaram os eventos e afirma que vai apresentá-los como testemunhas.

A deputada distrital diz que, em outro momento, lembrou Roriz do dinheiro das reuniões. "Ele brincou dizendo que a culpa era minha por não ter lembrado a ele e afirmou que no dia seguinte me pagaria", conta Eurides. "No dia seguinte, ele mandou me dizer para eu passar no Durval e eu passei e recebi. Todos viram eu entrando no gabinete do Durval e depois voltando para fechar a porta."

De acordo com o blog da deputada, os trechos postados são de um "bate-papo" que ela teve com uma repórter de um jornal local. Perguntada se Roriz confirmaria a sua versão dos fatos, Eurides responde que "se necessário, sim". Ela não pretende renunciar ao cargo."

O ex-governador Joaquim Roriz. Segundo Durval Barbosa, o esquema de corrupção teve início sob os auspícios de Roriz.Segundo a reportagem do jornal Correio Braziliense nos primeiros depoimentos a polícia federal Durval Barbosa se restringiu a contar detalhes sobre os pagamentos de propina a integrantes, em contratos do governo de José Roberto Arruda. Mas as fitas divulgadas não deixam dúvidas quanto a evidências claras de que o esquema de corrupção começou na gestão de Roriz.

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