23/03/2010

Renan Calheiros - Caso Renangate

Em junho de 2007, Renan Calheiros foi acusado de receber ajuda financeira de um lobista, Cláudio Gontijo. O assunto teve destaque na edição da Revista Veja, de circulação nacional, que chegou às bancas no dia 25 de maio de 2007. Na capa, apareciam o dono da empreiteira baiana Gautama, Zuleido Veras, o então Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o próprio Calheiros. Todas as denúncias jamais foram comprovadas até hoje. O senador não responde a um único proceso, apesar dos seis meses de bombardeio intenso pela mídia. Alguns analistas respeitados, como o cientista Luciano Martins, chegaram a escrever, no Observatório da Imprensa, que as denúncias fizeram parte de um grande complô entre setores da mídia e setores da Oposição para desestruturar a base de sustentação parlamentar do Governo Lula. Luciano ainda afirma que a crise foi mantida de maneira artificial pelos principais órgãos conservadores dos meios de comunicação, como a TV Globo e a Veja.

Um dia depois de a revista Veja publicar que o presidente do Senado, Renan Calheiros, recebia ajuda financeira de um lobista, assessor da construtora Mendes Júnior, houve muito movimento na casa do senador, com a visita de líderes do PMDB. Renan se declarou tranqüilo.

Na quarta-feira da semana seguinte, 30 de maio, Renan foi ao plenário para se defender das acusações. Na primeira fileira estava sua esposa, Verônica. O senador apresentou vários documentos que supostamente comprovariam sua inocência no caso. Em seu discurso, disse que os advogados enviariam documentos sigilosos, como movimentações bancárias, à Corregedoria do Senado, e que não os tornaria público para preservar a identidade de pessoas sem envolvimento no caso.[1] Ao final da sessão, Verônica foi abraçá-lo.

Segundo a reportagem, de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, o lobista Cláudio Gontijo teria pago pensão mensal de doze mil reais para uma filha de três anos que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso, além do aluguel de 4,5 mil reais, de um apartamento de quatro quartos em Brasília.

Os pagamentos, segundo a revista, seriam feitos todos os meses à mãe da menina, em dinheiro vivo, dentro de um envelope: dezesseis mil reais. Gontijo disse à Veja que é amigo do senador; admitiu que entregava o dinheiro, mas que os recursos não eram dele, nem da construtora. Renan Calheiros disse à revista que o dinheiro era dele, dizendo que vinha de venda de gado de fazendas que, reveladas, não haviam sido declaradas no imposto de renda do Senador anteriormente. Mais tarde, para complicar ainda mais a explicação, uma reportagem do Jornal Nacional descobriu que o Senador não havia vendido gado como dissera, não podendo ter o montante que dizia ser seu. Como senador, ele recebe um salário bruto mensal de R$ 12.700,00.

O Senador corre sério risco de cassação, com a PF mostrando o que considerou de "incoerências ideológicas" em sua defesa como vendedor de gado. Além disso, outra denúncia na revista Veja o colocou como cabeça de um esquema que usava laranjas por trás de negócios ilegais. A revista afirma que o Senador se tornou dono oculto de duas rádios e um jornal em Alagoas, pagando um total de 1,3 milhão de reais em dinheiro vivo.

No dia 11 de outubro, Renan anunciou que solicitou uma licença de 45 dias da presidência do senado, em uma entrevista gravada à emissora do senado. Em dezembro, Renan Calheiros renunciou ao cargo de presidente, mas manteve o mandato de senador.

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